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sábado, 29 de janeiro de 2011

Lost angels

Certa vez dois anjos decidiram se lançar em uma busca
Iriam os dois buscar o que a humanidade havia de mais sagrado
Ambos os dois puros sem ideia nenhuma do que buscavam
Se separaram e combinaram de 10 anos depois se encontrarem

Nesse meio tempo Deus testou ambos os anjos
Pecados, desejos, cobiça e infortúnios
Brincou com doenças e desastres naturais
Cada anjo se apegou no que tinha e ao que pode

Passaram-se os anos e as asas foram se desfazendo
Iam se esquecendo do que haviam prometido e de onde vinham
Lembravam-se apenas de tristeza e pelo sofrimento pelo qual passaram
Enquanto um passou fome e solidão o outro foi cego pelo dinheiro e poder

As chuvas caiam como as lagrimas de Deus
Se sentia culpado, não sabia se tinha exagerado e errado
Naquele momento sua onipotência e poder tinham se esvaído
E Deus era uma criança assustada e com medo

A noite se propagava durante o dia
O breu da escuridão mostrava a solidão de Deus
Dentre todos os seus anjos achava que havia perdido dois de seus mais preciosos filhos
E nesta mesma escuridão, mais os anjos se perdiam

Mas a historia não poderia terminar deste modo
Não com anjos
Quando se aproximaram da morte um se tornou cego em consequência de sua cobiça, o outro perdeu a fala frente a tristeza de sua miséria...

E lá estavam os dois novamente
Frente a frente após 10 anos
As suas buscas finalmente tinham chego ao fim
Choraram ao ver o que tinham achado

Ambos feridos, manchados pelo pecado haviam perdido suas asas
As vidas de cada um tinham se tornado como algo podre
E naquele momento ambos já haviam percebido o que era mais precioso para aquela suja humanidade
Já não havia nada mais sagrado, nada puro...

Enquanto se abraçavam sem nada poder dizer um ao outro, desistiram da vida como quem desiste de esperar em uma fila
Pararam de respirar e a cada dor no peito mais forte se abraçavam
Após alguns minutos a luz se abriu e o dia novamente surgiu
Se via ao longe dois corpos sem expressão, sem cor e sem vida em um forte abraço

Anjos não tem o direito de voltar aos céus
E nem de irem para o inferno
São desprovidas de alma em seus corpos
Pois eles são a sua própria alma

Naquele silencio
Frente ao assovio do vento
Via-se naqueles corpos machucados
Palavras sujas de sangue em meio à sujeira

Ambos haviam percebido que o bem mais precioso daquela suja humanidade
Era o egoísmo humano
De tudo querer ter, sempre com a noção de nada ter conquistado
E ao desistirem de suas vidas, pensavam estar concertando seus erros
As únicas palavras que se via de forma legível em ambos os corpos era:
Pai lhe devolvemos o presente mais sagrado que nos deu...

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